segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O artesão dos vasos de barro :

Certa vez, um artesão extremamente trabalhador e perseverante,
fazia vasos de barro, findo os quais outro indivíduo, invejoso e
despeitado, os quebrava. Toda vez que ele recomeçava, o novo objeto
era destruído ... e assim permaneceram por horas a fio. Concluindo o
artesão o seu 33o. vaso, o invejoso já cansado e irritado com a febre
de trabalho do artesão, acabou desistindo e indo embora. Assim, o
valoroso artesão conseguiu continuar produzindo inúmeros outros
vasos, e cada um terminava mais belo e perfeito que o anterior.

É importante notar que quando existe unidade no processo de vir
a ser do ser humano, nenhum outro consegue destruí-lo de fato.

Se pegarmos um dos vasos do virtuoso artesão, enchermos de
terra e colocarmos dentro dele uma semente com o potencial de se
tornar uma planta específica, se não criarmos um ambiente que
contenha as condições necessárias para que se inicie o processo de
germinação e de desenvolvimento, permanecerá semente até que surjam
condições favoráveis à sua putrefação e morte. Assim somos nós, seres
humanos ... se não conseguirmos trabalhar pela realização de nossas
necessidades básicas, faremos parte daqueles grupos que se
caracterizam por atitudes bem longe das basicamente humanas.

Os atuais conceitos correspondentes ao estado de "putrefação da
semente" ( situação gerada pela valorização da ignorância ) surgem
decorrentes de um ódio repleto da frustração de não aguentar
assistir a realização do semelhante. Este ódio tentará eliminar a
construção daquele que produz algo de bom e positivo - visando
diminuir a "dor" de quem nada consegue fazer ... é preciso arruinar
os vasos produzidos pelo artesão. A ação de tentar acabar com a
atividade alheia é sempre baseada na crença de poder ser mais que o
outro, mesmo que para tal seja imprescindível usurpar os bens e
benefícios do próximo. Esses valores são realmente valores que
diferem das necessidades de nossa natureza verdadeiramente essencial.

Arnaldo Quintella

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